Jornalistas e comunicólogos de todas as partes do mundo já escreveram teses, consultores de mercado já apontaram as grandes mudanças, e cidadãos com relativo senso crítico e de observação já perceberam que a história do jornalismo encontrou na Internet o seu divisor de águas e tempo. Livros estão constatando uma reviravolta no jornalismo clássico.E ontem foi a vez de uma autoridade de grande expressão na Europa declarar que o mundo vive uma revolução sem parâmetros na comunicação social, a partir do advento da Internet e o novo jornalismo surgido com ela, a explosão dos sites de notícias e opinião e a democratização da informação com os blogs assinados por todos os tipos de cidadãos.
Durante a abertura do I Congresso Internacional do Novo Jornalismo, na Espanha, que reúne profissionais e dirigentes de imprensa de todo o planeta, o Príncipe de Astúrias, Felipe de Borbón, surgiu num telão deixando uma mensagem aos participantes. E declarou que o mundo vive "uma verdadeira revolução com o novo jornalismo realizado pela Internet", destacando a importância da intervenção de leitores, ouvintes e telespectadores.Para Dom Felipe é fundamental que os meios de comunicação "aproveitem as novas tecnologias para favorecer a construção de uma sociedade mais livre e democrática".
O congresso, que se realiza em Valência, discute as possibilidades de profundas mudanças e múltiplas perspectivas que a Internet e sua nova linguagem aplicam à prática jornalística, principalmente na junção com a telefonia móvel e os novos sistemas audiovisuais.A velocidade na transmissão das informações e o papel interativo que a Internet proporciona aos cidadãos, formam, segundo o príncipe espanhol, "uma nova filosofia da comunicação, modificando o papel passivo do leitor, ouvinte e telespectador". E o mais incrível é que tudo isso acontece com uma rapidez surpreendente, graças ao potencial tecnológico e à inversão de valores que permite a qualquer pessoa atuar como agente noticioso e opinativo.
Com a revolução dos sites e dos blogs, que a cada dia pautam as redações tradicionais, o produto principal da imprensa de Gutemberg entrou em sua fase Bill Gates, tornando a liberdade de expressão e opinião muito mais real que o bordão ideológico de partidos e constitucionalistas.O Príncipe de Astúrias, mesmo oriundo de uma estrutura geopolítica medieval - a monarquia, demonstra ser muito mais antenado que republicanos latinos e, principalmente, do que muitos acadêmicos da comunicação brasileira, ainda absortos em processos industriais e conceitos filosóficos dos tempos das viagens à Lua. No tempo dos três W, o futuro é sempre hoje e a viagem é além-fronteiras do nosso parco conhecimento.
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