Na época dos Jogos Panamericanos, discuti muito com alguns amigos patríóticos que se iludiram com as medalhas de ouro do Brasil. Eu lembrava para não confundirem índices latinos com o desempenho europeu, oriental e norte-americano. Pequim está aí, a três dias do encerramento, e o nosso judô não rendeu mais que 3 medalhinhas de bronze,quando a mídia global pregava ouro.
A natação é uma decepção, por mais que tentem tapar o fato com um bronze. Quantos amigos meus não diziam que Tiago Pereira seria ouro com facilidade...Em Atenas, em 2004, só conseguimos 5 medalhas douradas por causa do vôlei de praia e do velejamento. Este ano temos apenas duas duplas indo bem nas areias, mas assim mesmo vencendo com dificuldade.
A vela sequer mereceu comentários na TV aberta e Robert Scheidt, que mudou de categoria, parece não ter a mesma eficiência de antes e seu substituto na classe laser nem ficou entre os quinze melhores.
O vôlei masculino de quadra já não é o mesmo desde o torneio da Liga Mundial, apesar de ainda ter chances. O futebol masculino até agora só enfrentou baba, enquanto o feminino terá o primeiro bom teste depois da Noruega.
No devaneio de fazer a cabeça da massa ignara e construir um clima de otimismo no país, a Globo e muitos jornalistas oficiosos escamoteiam a verdade da nossa participação em Pequim e esquecem de enaltecer os poucos fatos positivos do Brasil. Exemplos: no futebol masculino, onde só enfrentamos adversários fracos, a mídia exagera na babação ao Ronaldinho e esquece o único jogador que vem carregando o piano, Diego, até agora perfeito no meio de campo e no apoio ao ataque. E o handebol, esquecido até pela imprensa esportiva, sem investimentos nenhum, sem apoio, está se apresentando com honra e bravura, enfrentando grandes e tradicionais adversários da modalidade, perdendo mas sem fazer feio.
A cobertura das Olimpíadas ao estilo pacheco da mídia nacional é de causar vômito. Querem forjar um herói qualquer até com derrotados. Transmitem ao vivo parto de mulher de jogador, enaltecem tropeços e derrotas, num formato de patriotismo chinfrim que a gente já não sabe o que é Jornal Nacional e Sônia Abrão, o que é Bom Dia Brasil e Gugu Liberato.
Com tanta baboseira, prefiro torcer contra tudo e contra todos. Tomara que os êxitos do Brasil em Pequim sejam menores que as mentiras da imprensa e falsos como a seriedade do governo sapudo.
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