PT estuda entrar com representação contra Bolsonaro
Agência Estado
Advogados da bancada do PT na Câmara estão estudando a possibilidade de entrar com uma representação por falta de decoro contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que nesta manhã fez um discurso no plenário da Casa com agressões ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef. No discurso, além das ofensas, Bolsonaro convocou os militares para uma marcha neste domingo em Brasília contra "o mar de lama imposto pelo Executivo" e afirmou: "Não vejo ninguém de esquerda aqui com marca de tortura. Pelo contrário. Nessa política, os militares deveriam torturar todo mundo no Brasil, porque só tem esperto torturado: ricos e milionários". No discurso, Bolsonaro faz referência ao projeto da união civil entre pessoas do mesmo sexo para se referir a Lula. "Senhor presidente (presidente da Câmara, Severino Cavalcanti), o senhor tem um trabalho muito forte nesta Casa contra a legalização do casamento homossexual. Todo mundo apenas fala do gay, já reparou? Do homossexual ativo ninguém fala, apenas dos boiolas. Senhor presidente (Severino), temos de começar a desmascarar este governo: se a corrupção existe nesta Casa, quem a pratica, o homossexual ativo, é o presidente Lula. Temos de começar um movimento para desbancar o presidente da República. Não queremos homossexual passivo nem ativo neste governo", afirmou Bolsonaro no discurso durante a sessão da manhã.Ainda em seu discurso, Jair Bolsonaro referiu-se a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como "uma pessoa técnica, especialista em roubo e assalto". Ele afirmou que a ministra, no passado, integrou a "quadrilha que assaltou uma casa no Rio de Janeiro". Ele ainda fez ameaças à ministra: "Dilma Roussef, por enquanto, não falarei de seu passado particular nesta Casa. Se tentar reagir, exporemos o seu passado. A tortura que V. Exa. sofreu foi fruto de abstinências. Brevemente falarei a respeito disso aqui", discursou Bolsonaro. A ministra Dilma foi presa e torturada na década de 70 quando integrava organização de esquerda e combatia a ditadura militar.Homenagem a militar que prendeu GenoinoDeputado de direita, Jair Bolsonaro é conhecido na Câmara por fazer declarações polêmicas contra a esquerda e contra o governo. Ele é o autor da sessão solene marcada para amanhã na Câmara em homenagem aos militares que reprimiram a Guerrilha do Araguaia. Ele vai homenagear o coronel Lício Augusto, autor da prisão em 12 de abril de 1972 do então guerrilheiro José Genoino, hoje presidente do PT.Ontem, na volta à Câmara do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, Bolsonaro protagonizou mais um atrito com os petistas. Ele chamou Dirceu de terrorista durante o discurso do ex-ministro no plenário e depois provocou o partido com um cartaz no qual dizia "mensalão do Lulão", com o "l" duplo nas cores usadas pelo ex-presidente Fernando Collor.Bolsonaro já respondeu por sete representações na corregedoria da Câmara, chegando a ser advertido em uma delas. No passado, Bolsonaro já afirmou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara só defendia "direitos de vagabundo" e, em 2004, o deputado entrou em um bate-boca com a deputada Maria do Rosário (PT-SP) durante entrevista no Salão Verde da Câmara na qual ele defendia a redução da idade penal para 16 anos.
Admitam, falou o que tá entalado na garganta.
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