quinta-feira, 15 de setembro de 2005
Planalto mussarela, Congresso calabreza
Roberto Jefferson não foi cassado por quebra de decoro parlamentar. Até seria, caso sua denúncia contra os colegas não tivesse fundamento. Teve. Todo o País sabe que o "mensalão" existiu, menos o baiano Jairo Carneiro, relator que encaminhou o pedido de cassação do petebista boquirroto. O Brasil definitivamente não é uma nação séria, aliás anda longe de ser nação, simplesmente. Imagine qual país decente teria Lula no comando e Severino e Nelson Jobim presidindo poderes? Só aqui se começa um processo ao contrário. Primeiro condena-se o denunciante, para depois tentar pegar os criminosos.Como a denúncia de Jefferson foi real, havia mesmo parlamentares recebendo dinheiro do PT e do Planalto para votar projetos de interesse do governo, então não houve quebra do decoro. No arrumadinho da farsa, foi condenado por não informar em tempo a corrupção petista que contaminou o Congresso.Brasileiros com boas intenções, que são a cada dia pouquíssimos, devem imaginar: agora chegou a hora de cassar Lula e meter na cadeia gente da camarilha do Dirceu. Lógica perfeita, já que o presidente, assim como Jefferson, foi um dos primeiros a saber do "mensalão". O próprio presidente confessou ter ouvido o advogado de Petrópolis.O amigão a quem confiaria um cheque em branco lhe alertou cedo. Lula não fez nada. Aliás, Lula nunca faz nada, pelo menos há 30 anos. No jogo da farsa, que conta com a cumplicidade de setores da mídia, há uma estratégia sórdida, mas felizmente já visível, de blindar um presidente que aos poucos está sendo desmascarado nas ruas. Com exceção de petistas irremediáveis e jornalistas prestativos, ninguém acredita que a lama que inunda os poderes tenha sido trazida apenas pelos canos do esgoto de Delúbio Soares. O ridículo goiano era apenas gerente de uma indústria de corrupção cujos dirigentes maiores eram Dirceu, Genoíno, Gushiken e ele, Lula.Nos últimos 25 anos, nada no PT aconteceu sem o conhecimento de Lula. Tinha e tem o controle total da legenda. Dirceu é seu fiel e obediente escudeiro e ama-seca. Na logística marginal de tomada do poder pela infiltração nos poderes, na máquina estatal, nos órgãos de imprensa e nos movimentos sociais, o primeiro passo sempre foi eleger Luiz Inácio presidente.Daí que tudo feito até agora, tinha como primeiro beneficiário o ex-torneiro mecânico de São Bernardo. O esquema petista era muito maior do que extorquir empresários de lixo e transporte ou pagar "mensalão" á escória da base aliada. Envolvia até grana da guerrilha colombiana, entrando pelo caixa informal do MST, e dinheiro lavado de organismos internacionais de esquerda.Portanto, não se imagine que a engenharia stalinista vai encerrar com uma "reconstrução partidária", nem que uma "nova nação" se erguerá nos escombros das cassações. No picadeiro de Brasília, estão apenas tirando de cena dezoito equilibristas, mas deixando debaixo da empanada os mágicos com seus truques para iludir a sociedade.Um retrato, ou caricatura, que melhor representa o espetáculo mambembe da classe política e do stablishment é a atitude - também oportunista e midiática, diga-se - da perua Maria Christina Mendes Caldeira, ex-mulher do libertino-liberal Waldemar da Costa Neto, quando no domingo passado foi até à residência de Severino Cavalcanti e entregou uma pizza. Em Brasília, do Planalto ao Congresso, passando pelo poder judiciário, tudo se resume a farisaísmos de restaurantes e conluio de pizzarias
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário