Recebi por e-mail, de um tal de Paulo Leite, mas as informações contidas aqui são verídicas, pois já as sabia, mas pra quem não sabe, é bom ler antes de posar por aí de comuna.
“Enlouquecido com fúria irei manchar meu rifle de vermelho ao abater qualquer inimigo que caia em minhas mãos! Minhas narinas se dilatam ao saborear o odor acre de pólvora e sangue. Com as mortes de meus inimigos eu preparo meu ser para a luta sagrada e me junto ao proletariado triunfante com um uivo bestial.”
Esse pacífico e bem-humorado trecho foi tirado do "Diário de Motocicleta", do argentino Che Guevara, aquele mesmo que falava em “não perder a ternura”. Não sei bem por que essa passagem não foi incluída no filme de Walter Salles, que evidentemente pinçou do livro trechos bem menos comprometedores.Poucos fenômenos de nossos tempos causa tanto espanto quanto a durabilidade do “marketing” montado em torno de Guevara. Montado, em grande medida, em torno da famosa foto do falecido fotógrafo cubano Alberto Korda. É de deixar os Dudas da vida verdes de inveja.
Que a molecada dos meus tempos de jovenzinho, no fim dos anos 60, usasse camisetas com a estampa do Che, dá até pra entender. Que a molecada de hoje em dia faça o mesmo é um testemunho da força de décadas de propaganda enganosa. Onde andam os orgãos de defesa do consumidador quando precisamos deles?É evidente que os jovens que passeiam com o bom e velho Ernesto no peito nem imaginam, por exemplo, que seu herói mandou 1.897 homens para o paredão, segundo o jornalista cubano Luís Ortega. Guevara, aliás, gostava de dizer que “para mandar alguém para o pelotão de fuzilamento, as provas judiciais são desnecessárias. Esses procedimentos legais são um arcaico detalhe burguês”.
Che Guevara é, curiosamente, conhecido como “heróico guerrilheiro”, quando na verdade não participou de nenhuma batalha verdadeira na guerrilha em Cuba. Quando Fidel Castro, louco para livrar-se do argentino (que foi um desastre como ministro da Indústria), despachou Che para lutar no Congo e depois na Bolívia, ele pôde finalmente sentir na pele a dureza de um verdadeiro confronto a bala: quase perdeu a vida no Congo, e acabou morto na Bolívia.
Álvaro Vargas Llosa, filho de Mário e co-autor do “Guia do Perfeito Idiota Latino-americano”, escreveu recentemente sobre os mitos que mantém o culto a Che Guevara vivo.
Entre eles, está a crença de que Guevara lutava pela “justiça social”. Não é bem verdade, diz Vargas Llosa: “em realidade, ele ajudou a arruinar a economia de Cuba ao desviar recursos para indústrias que terminaram em fracasso, ajudando a reduzir a produção de açucar, o principal produto cubano, pela metade em dois anos. Foi durante sua passagem pelo comando da economia cubana que o racionamento começou na ilha”. Outro mito, segundo Alvaro Vargas Llosa, é o de que Guevara tinha uma conexão especial com os camponeses, quando “ele morreu precisamente porque nunca conseguiu conectar com eles”. Em seu diário boliviano, Che escreveu que “as massas camponesas não nos ajudam em nada”. A tentativa de fomentar uma revolução no interior da Bolívia foi um fracasso tão grande que nem o partido comunista do país quis se juntar a Guevara, observa Vargas Llosa.O pior mito, na opinião do escritor peruano, é o de que as aventuras de Che Guevara foram “uma celebração de vida”. Uma descrição mais próxima da verdade, defende Álvaro, seria “uma orgia de morte”. Vargas Llosa lembra que Che matou muitos inocentes em Santa Clara, na região central de Cuba, onde sua coluna esteve acampada no estágio final da revolução fidelista.
O peruano também lembra da entusiasmada participação do Che na execução de centenas de prisioneiros no presídio La Cabana (onde, dizem, os gritos de “Viva Cuba Libre” dos executados se ouviam até no meio da noite).A verdade inescapável é que um mundo em que Che Guevara é considerado um herói visionário é um triste mundo.
Está na hora de começar a destruir mais esse mito esquerdista.
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