A Europa descobre o forró. Em uma sala lotada na cidade alemã de Karlsruhe, o filme “Paraíba, Meu Amor” teve estréia mundial domingo, numa iniciativa que os organizadores e músicos esperam representar o início de uma campanha pela promoção do forró no exterior.
Em julho, um dos maiores festivais de jazz do mundo, o de Montreux, dedicará todo um dia de sua programação para o forró, algo inédito nos mais de 40 anos do evento. O documentário sobre a história do forró foi produzido pelo diretor suíço Bernand Robert-Charrue, que confessa não entender como o ritmo até hoje não foi descoberto pelo público europeu.
“Descobri o ritmo em um bar na Suíça. Fui perguntar aos músicos do que se tratava e descobri que muitos, na Europa, não tinham idéia do que era o forró”, explica o diretor. No Brasil, sua estréia está marcada para março e será em Campina Grande.
Um dos pontos altos é quando os produtores trazem para um mesmo estúdio Dominguinhos e o acordeonista francês Richard Galliano. “São os dois maiores músicos do acordeão em todo mundo e esse foi o primeiro encontro entre ambos”, conta Robert-Charrue. Tanto o brasileiro como o francês revelam que se escutavam em discos há 30 anos, sonhavam em se conhecer e se influenciavam mutuamente. Mas nunca tinham tido a oportunidade de um contato.
Galliano, músico de jazz que dividiu durante nove anos o palco com Astor Piazzolla, chora no fim do encontro com Dominguinhos. O filme conta o que representa o forró na cultura nordestina brasileira. Mas tenta ir além e mostrar ao mundo a alma do Nordeste.
“Através do forró, descobrimos o espírito do Nordeste, do sertão, a terra árida que marcou o povo e sua cultura secular”, explica o diretor. Além do acordeão, a natureza, a seca e a boiada são elementos centrais do documentário de 80 minutos e que ira nos próximos meses fazer uma turnê pela Europa. Para dar uma imagem completa da música, o filme e gravado nas festas no interior, nos cabarés e nos palcos das festas juninas de Campina Grande.
Filmado quase inteiramente na Paraíba, o filme ainda conta com Chico Cesar, nascido no sertão do estado e que tem a função de mostrar a nova sonoridade do forró e todas sua influência em outros estilos. O documentário também conta com Aleijadinho de Pombal, chama de “bluesman” do forró no filme. O Trio Tamanduá, tradicional “pé-de-serra” e que toca de casamentos a batizados, também aparece com destaque, principalmente pela condição de seu cantor e compositor: vaqueiro de dia e músico de noite. Outros músicos como Pinto do Acordeão e o grupo Os 3 do Nordeste também fazem parte do projeto. O filme, que alterna entrevistas e trechos de músicas, ainda homenageia Luiz Gonzaga, apresentado como o pai do forró. “A beleza do forró e que muitos se identificam com ele, tanto o publico como vários artistas”, afirma Chico Cesar, que se apresentou no sábado na cidade de Berna e, junto com Galliano, fechou a noite de estréia do filme com um show.
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
O forró que a Europa passou a conhecer
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1 comentários:
Vamos mostrando o bom Brasil em doses homeopaticas, pois que senão os outros povos não suportão a pressão te tanta beleza.
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