O lixo na educação

O governo estufa o peito quando fala no PAC, que também é palanque eleitoral de Lula e sua tropa. São obras bilionárias que engordam os discursos oficiais: estradas, portos, aeroportos (ei São Gonçalo do Amarante, vai chegar a sua vez...), represas, eletrificação, refinarias, muito petróleo. No papel e no palanque, é um mundo novo maravilhoso que se desenha para o país que não consegue, entretanto, acabar com a muriçoca da dengue, com a febre amarela, e alfabetizar seus meninos e meninas. A saúde pública no Brasil é um caos e ensino no Brasil está na rabeira do mundo. O último dos últimos.
Mas o presidente Lula fala todos os dias, várias vezes, sobre as maravilhas do seu governo. Nunca antes na história desse país... O repeteco acontece nas esquinas estaduais que fazem, também, a base política e ideológica do am- plo esquema de Brasília, inclusive neste bravo Nordeste paraíso do bolsa família. A propaganda oficial envenena as multidões, agora com sotaques regionais e acentos municipais.
O jornal o Globo publica o desastre que é a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Ali está, sem retoques, a catástrofe da educação brasileira. Ricardo Noblat, condensou o que leu na matéria. Está no seu blogue de ontem, onde revela o constraste da explosão do consumo nordestino (viva o bolsa família!) e o atraso na educação. No título, a síntese do drama: “Com mais renda, Nordeste amarga atraso em Educação”. Confira:- Festejada nas últimas semanas, a explosão de consumo no Nordeste esconde uma face perversa do desenvolvimento da região: a população aumenta seu poder de compra, mas ainda amarga um atraso de duas décadas na Educação.- Apesar do movimento acelerado das caixas registradoras dos nove estados nordestinos - que só perdem em volume de compras para o Sudeste -, a região ainda caminha a passos lentos para deixar a lanterna nos rankings nacionais de alfabetização, tempo de escolaridade e expectativa de conclusão do Ensino Fundamental.- Por exemplo: de cada dois analfabetos brasileiros, um vive no Nordeste, de acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE.