“O PT de Dirceu que Dilma esconde”. É o título do artigo de Eliane Catanhêde publicado na Folha de S. Paulo de ontem. É glosando um mote do próprio José Dirceu que, numa palestra com os petroleiros da Bahia, afirmou que o PT terá mais poder no governo de Dilma do que no atual de Lula. No mesmo tempo que o artigo é publicado sai na mídia um levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP) prevendo que o PT elegerá nas eleições de 3 de outubro a maior bancada na Câmara dos Deputados, ultrapassando a do PMDB.
Os dados do DIAP, divulgados no seu saite na internet, foram comentados por Josias de Souza, em seu blogue da Folha, quase ao mesmo tempo em que Eliane Catanhêde alinhava o seu artigo, começando assim: “A declaração de que o PT terá mais poder com Dilma do que com Lula, feita pelo ex-ministro José Dirceu, eterno presidente de fato do partido, é motivo para reflexões, avaliações e projeções muito sérias. Até porque – ou principalmente porque – o PT tem sido um ausente do discurso de Dilma na campanha.”
Adiante, destaca:
- A julgar pelas pesquisas, o PT vem numericamente forte por aí. Vai fazer uma bancada grande e experiente no Senado (calcanhar-de-Aquiles de Lula) e tende a ultrapassar o PMDB como maior bancada na Câmara (aliás, desbancando a candidatura do peemedebista Henrique Eduardo Alves para a presidência da Casa).
E acrescenta:
- O PT, então, será o líder do Congresso de uma imensa tropa formada desde o PC do B ao PP de Maluf, depois de já ter transformado a CUT, o MST e a UNE em agências do governo, financiadas com recursos públicos; já ter aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o BNDES; e estrear em vias de “extirpar” a oposição, como disse Lula sobre o DEM, enquanto ataca pessoalmente os tucanos Tasso Jereissatti, no Ceará, e Arthur Virgílio, no Amazonas. E aí entra a fala de Dirceu: ‘A eleição de Dilma é mais importante do que a do Lula, porque é a eleição de um projeto político’.
Saindo da leitura de Eliane Catanhêde vejamos como Josias de Souza, também da Folha, trata da projeção do DIAP, enfileirando os números que poderão identificar as próximas bancadas – partido por partido – no Congresso:
- Em sua segunda versão o estudo (do DIAP) prevê que o PT sairá das urnas de 2010 com uma bancada de deputados maior que a do PMDB. O DIAP leva em conta dados qualitativos e quantitativos. Atribui a cada legenda um prognóstico máximo e uma previsão mínima.
- No caso do PT, estima-se que conseguirá eleger no mínimo 85 deputados e no máximo 110. O PMDB elegeria entre 70 e 100 deputados. Confirmando-se o vaticínio, o PT desbancará o PMDB e passará a condição de dono da maior bancada da Câmara. Prevê que um deputado Pete comandará a Câmara por dois anos e um pemedebê dará as cartas no outro binômio. Há um par de nomes na praça.
- Pelo PMDB, o líder da bancada, Henrique Eduardo Alves (RN). Pelo PT, o líder do governo Lula, Cândido Vaccarezza (SP). Discute-se agora quem virá primeiro. Por ora majoritário, o PMDB reivindica a primazia. Se for tonificado pelas urnas, o PT exigirá uma inversão.
- Nas eleições de 2006, alquebrado pelo escândalo do mensalão, o PT elegera 83 deputados. Perdeu quatro durante legislatura. Hoje, dispõe de 79. O PMDB emergirá das urnas de quatro anos atrás com 89 deputados eleitos. Hoje, sua bancada soma 90 cabeças. Tomados pelos números do DIAP, os dois maiores partidos da oposição correm o risco de ficar menores. Mas não serão forças negligenciáveis. Em 2010, o PSDB elegera 66 deputados. Hoje, soma 59. O DIAP prevê que, em 2010, terá entre 55 e 70 cabeças – a terceira bancada da Câmara. A despeito do desejo de Lula, o DEM não será “extirpado”. Há quatro anos, elegera 65 deputados. Hoje, tem 56. Pelo DIAP, passará a ter entre 38 e 53. Quarta bancada.”
Temos que reforçar a oposição, é IMPRESCINDÍVEL
Bom, de hoje a 16 dias saberemos se as previsões do DIAP estão certas.
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