quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Reagan - 100 anos
Neste último domingo todos os EUA comemoraram os 100 anos de nascimento de Ronald Reagan, um dos mais populares políticos da história do país e talvez o maior de todos entre os presidentes republicanos, que governou entre 1981 e 1988.
Três décadas depois da sua vitória sobre o democrata Jimmy Carter, Reagan se converteu num dos mitos políticos mais poderosos da grande nação, uma referência nacional, onde não somente seus correligionários se identificam com ele, como também alguns líderes do Partido Democrata, tal qual o presidente Barack Obama.
A data teve centenas de atos em celebração ao centenário do ex-presidente que faleceu em 2004. Por todo o país estão ocorreram homenagens, com destaque para a mais emotiva delas, em Simi Valley, ao norte de Los Angeles, onde se encontra a biblioteca pessoal de Reagan.
Houve uma atividade aérea com aviões F-18, e uma solenidade militar com uma salva de 21 disparos no momento em que a viúva do ex-presidente, Nancy Reagan, depositou uma coroa de flores em seu túmulo. Perto de Simil Valley, a cidade em que ele nasceu, houve no sábado um concerto musical com a participação de vários artistas, entre eles a banda Beachs Boys.
Reagan também foi homenageado com a exibição de um vídeo no Cowboys Stadium, antes do maior acontecimento esportivo dos EUA, a final do Superbowl. Logo cedo aconteceu uma missa em sua memória na bela National Cathedral, a mais importante igreja de Washington.
Apesar de ser um data dedicada a um ex-presidente da República, a Casa Branca informou que todos os festejos são bancados por dinheiro privado, sem ônus para os cofres públicos.
Normalmente, tais eventos são da alçada governamental, por tratar-se de um centenário presidencial, mas a ausência de fundos estatais é para que não se contrarie a filosofia de Ronald Reagan, que sempre defendeu um Estado mínimo e austeridade administrativa.
Curiosamente, apesar de que se atribui ao ex-ator a transformação da cultura política americana com a introdução do neoliberalismo e a preocupação com o equilíbrio das contas do governo, houve um aumento considerável da dívida pública na Era Reagan.
Tal problema teve origem quando houve uma redução dos impostos e, paradoxalmente, um aumento espetacular nos gastos militares, levando a dívida nacional dos US$ 940 milhões em 1980 para US$ 2,6 bilhões em 1988.
Se bem que a maioria da população apoiou o incremento do gasto militar como uma expressão de seu profundo patriotismo num período difícil em que ainda pairava sobre os EUA o fantasma da Guerra Fria.
Mas muitos historiadores consideram este um fator determinante para o inesperado colapso da União Soviética. Segundo os estudiosos, o gigante comunista havia entrado na bancarrota ao tentar competir pela hegemonia militar global com o país de Reagan.
Morto em 2004, Ronald Reagan goza de uma enorme popularidade entre a sociedade, somente superado, segundo pesquisas, por outro mito chamado John Kennedy. Após um duro início na presidência, os rumos da economia em 1983 e seus dotes de comunicador permitiram a consagração.
Sua vitória na reeleição foi arrasadora sobre Jimmy Carter, vencendo em todos os estados, menos em um, Minnesota, local de origem do seu adversário, Walter Mondale. Entre seus admiradores mais ilustres estão o atual chefe da Casa Branca, Barack Obama.
Nos festejos do domingo, Obama está dedicou especial atenção, com diversos atos para homenagear o 40º presidente da história dos EUA. Na sua campanha eleitoral, ele surpreendeu o país ao revelar que seu espelho era Reagan e não Bill Clinton. Considera Ronald Reagan “uma figura transformadora” da política do país.
Em um artigo publicado recentemente, ele dedicou novos elogios ao líder republicano: “Independentemente das diferenças políticas que há entre eu e o presidente Reagan, não se pode negar sua liderança no mundo, o seu talento em comunicar uma nova visão para a América”, disse.
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