Debut do ex-presidente FHC no mundo blogueiro.
Prêmio óleo de Peroba 2011, pro corrupto cabeçudo.
Eu que jamais escrevi em blogs, cá estou para dizer que a repercussão da divulgação pelo Observador de meu último artigo mostra que a nova ferramenta de comunicação que criamos pode mesmo favorecer o debate no país. O modo espontâneo e direto como os internautas se expressam, o debate mais desabrido pela interação dos internautas, ajuda a entender melhor os argumentos e os contra-argumentos. Ele permite que cada um de nós, ao falar, ouça também e, se possível, modifique para melhor o modo de pensar e agir.
Noutros termos, sempre se falou bastante sobre a necessidade de ampliar a democracia, aumentando a participação dos cidadãos anônimos. Agora não se trata de falar, mas de fazer. O potencial das redes sociais é imenso e, por mais que pareça descontrolado, fornece pistas para práticas políticas menos excludentes, diferentemente do que ocorre com a politica tradicional. A internet propicia um grau de transparência na informação, nas reações e nas propostas que tem enorme utilidade para renovar a democracia.
A hora é boa, por exemplo, para irmos além do denuncismo. Avaliar que governo é mais ou menos corrupto é uma atitude que pode ajudar o eleitor a escolher melhor, mas de eficácia relativa para corrigir as práticas distorcidas. A corrupção como ato individual provavelmente sempre existiu. O que se deve cobrar dos governos é a repulsa clara dessas práticas, sem qualquer leniência com os culpados, ainda que pertençam a sua base política.
O verdadeiro risco da corrupção para a democracia é que aos poucos sua repetição instala cumplicidades que acabam obrigando quem está no poder a ceder para não cair. Será que este já é nosso caso? Espero que a Presidente continue reagindo e não permita que a “governabilidade” faça-a e nos obrigue a tragar o inaceitável: colocar panos quentes em quem já está condenado pela opinião pública. Voltarei ao assunto. (FHC)
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