Decorridos sete anos, o mensalão (verdadeiramente olímpico) começa a ser
julgado hoje, noite de lua cheia e clima seco, muito seco, em Brasília,
pelo Supremo Tribunal de Justiça. O país vive uma grande expectativa.
Até nas Olimpíadas de Londres, entre os brasileiros que estão por lá,
não se fala de outra coisa. Mas os súditos da Rainha Elisabeth também
acompanham com interesse o caso brasileiro. É o que atesta o jornalista
Clóvis Rossi, repórter especial da Folha de S. Paulo, no seu artigo “O
mensalão já foi julgado. Até em inglês”. Começa assim:
- Eis que
“mensalão” já tem a sua devida tradução e análise para o inglês: a
revista “The Economist”, que começou a circular ontem, trata do “big
monthly stipend”, quase que torcendo para que alguns dos réus sejam
condenados. É o que se pode deduzir do trecho em que a revista diz,
primeiro, que o fato de que “o mensalão tenha, afinal, sido levado a
julgamento já é um progresso”, para completar depois: “Cadeia para
políticos corruptos pode ainda ser improvável, mas já não impensável”.
Clóvis
Rossi cita ainda uma passagem da matéria da revista inglesa que, às
folhas tantas, afirma: “O escândalo moeu a pretensão do PT de
representar uma nova política, mais limpa” para em seguida, ele próprio
Rossi escrever: “Na verdade, se o Brasil fosse um país sério, o ‘big
monthly stipend” já teria sido punido, pela simples e boa razão de que é
crime confessado pelo principal dirigente do PT, o icônico Luiz Inácio
Lula da Silva”.
Lembra, então, a entrevista que Lula deu em
Paris, na qual afirmou que o seu partido fizera o que todo mundo por
estas bandas tropicais faz. O tal do caixa-2. Os ingleses dizem, segundo
Rossi, “off the books”, bem mais bacana do que caixa-2. A revista
traduz a versão brasileira desta prática comum em nossos partidos
políticos:
- Alguns admitiram ter ajudado as finanças de partidos
políticos ‘off the books (em inglês, caixa-2 fica menos agressivo, não
é?), o que é ilegal, mas comum no Brasil”.
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