Evidentemente que o título acima não é novidade para meus poucos leitores que me acompanham aqui e na coluna dO Jornal de Hoje, o diário vespertino aqui de Natal. Incontáveis foram as vezes que tratei do mesmo assunto, inclusive acusado por esquerdistas de ser monotemático ao extremo.
Há zil anos, desde 2005 quando estourou o esquema do desvio de dinheiro público para pagar propina aos parlamentares da base aliada do governo Lula, eu afirmo que o líder petista é também o chefão da roubalheira. Repeti isso também no rádio e na TV.
Aliás, sobre a liderança criminosa de Luiz Inácio, melhor ilustrou o jornalista e escritor Ivo Patarra, no livro "O Chefão", que demorou a chegar às prateleiras do Brasil após um longo boicote de editoras e distribuidoras. Quem sabe agora aumente suas vendas.
Hoje, enquanto o país inteiro enfim compreende o caso, no julgamento do STF que está condenando petistas e cúmplices, a revista VEJA consegue o que muitos jornalistas já haviam antevido: a confissão do publicitário mineiro Marcos Valério, que operou a falcatrua do mensalão denunciada em 2005 por Roberto Jefferson.
Em edição especial (como mostra a capa na foto), a VEJA ouviu o cara já condenado pelo Supremo, que resolveu contar tudo o que sabe e presenciou, num ato de quem não quer pagar sozinho pelo crime da quadrilha chefiada por um presidente da República.
Marcos Valério chegou ao PT pelas mãos do amigo e conterrâneo Virgílio Guimarães, o então deputado petista nascido na sua mesma cidade, Curvelo, em Minas Gerais. Na condição de dublê de marqueteiro, coordenou a campanha do deputado João Paulo Cunha (também condenado) a presidente da Câmara Federal.
Ali, foi o primeiro grande passo para a elaboração da trama que teve em José Dirceu e José Genoíno, além do próprio Cunha, o papel institucional do protagonismo do PT no aliciamento de parlamentares para o apoio político ao governo Lula.
Quase tudo do esquema foi tratado e engendrado no gabinete civil da Presidência, sob os olhos e o beneplácito do marido da Marisa. Infelizmente, com as oposições acovardadas pelos índices de popularidade do governo fermentados nas pesquisas, nada se fez para denunciar formalmente o chefe da Nação.
Até um intrépido delegado da Polícia Federal, Protógenes Queiroz, resolveu calar quando descobriu os negócios mafiosos de Lulinha, filho do presidente, em sociedade com o banqueiro Daniel Dantas, como mostrou a revista IstoÉ durante as investigações da Operação Satiagraha.
Luiz Inácio sempre foi o chefe de tudo, não só do mensalão. Seu perfil sociológico nunca se alterou desde quando estrelou no teatro das greves operárias do ABCD paulista, em que saltou da condição de preso político para referência de um novo partido.
Muitos conhecem o processo histórico da anistia ocorrida durante o último governo militar do general João Figueiredo. E da concepção de um partido que pudesse conter o crescimento das antigas legendas comunistas na redemocratização, tudo idealizado pelo também general Golbery do Couto e Silva, aquele que Glauber Rocha chamou de “gênio da raça”.
Com Lula no papel de líder das greves e de um novo partido para as massas trabalhadoras, uma antítese farisaica do personagem de Chaplin em Tempos Modernos, o PT cresceu engabelando e anulando os dois PCs e ainda ofuscando o novo trabalhismo de Leonel Brizola.
O resto é História e a História agora virou farsa, como que confirmando a velha e repetida tese de Karl Marx, o filósofo do comunismo que firmou seus conceitos sob o conforto do mecenato do amigo burguês Friedrich Engels. O PT de Lula virou o PT do mensalão.
Na Veja, Valério confessa: “Lula era o chefe”, “Dirceu era o braço direito do Lula, o braço que comandava”, “o Delúbio dormia no Alvorada. Ele e a mulher dele iam jogar baralho com o Lula à noite”, “O PT me fez de escudo, me usou como boy de luxo”. “O Caixa do PT foi de 350 milhões”, “Vão me matar”.
Ainda bem - a fala agora é minha - que alguns petralhas podem até escapar da cadeia, mas não escapam do câncer.
Alex Medeiros
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