segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
A geração de "homem" fulêira
Por Ugo Vernomentti
A primeira coisa que fiz ao desembarcar no domingo em Guarulhos, de onde tomei outro voo para Natal, onde passarei as festas de final de ano e me estenderei pelo veraneio, foi comprar a Folha de S. Paulo, o Estadão, a Época e a Veja.
Nada me chamou mais a atenção do que a coluna da Monica Bergamo, que por sinal é muito amiga do potiguar Rodrigo Levino que ilustra o caderno cultural. Está lá, na Bergamo, uma pesquisa do instituto Ibope sobre as preferências do homem brasileiro.
Meudeus, juro que não acreditei no que vi. O estudo aponta uma mudança de azimute radical no perfil masculino do Brasil, que já não tem mais qualquer semelhança com o arquétipo do macho construído pelos playboys, malandros e intelectuais de ontem.
Esqueçam a figura do carioca conquistador, vidrado em bundas; do paulista galanteador, jogando charme e chopp pra cima das donzelas; do nordestino assediador, puxando a moça pro relabucho; do gaúcho cantando moda para espetar um coração feminino.
O Ibope informa que a mulher saiu da alça de mira da marmanjada, não compõe mais o cardápio preferencial dos rapazes, foi lançada à insignificante terceira posição no gosto masculino, relegada à desatenção, trocada por um tesão dedicado ao futebol e à cerveja.
Está lá, na coluna da Monica: entre as preferências do novo homem brasileiro, a liderança, disparada, é do futebol, com 82%, seguido pela cerveja, 36%, e que um dia foi chamada de “loura gelada”, numa alusão à loucura dos machos pelas mulheres.
Minha primeira reação foi de espanto, afinal não me veio à cabeça qualquer fato sócio-biológico que acaso tenha alterado quimicamente ou culturalmente a classe que um dia gerou Darcy Ribeiro, Tarso de Castro, Ziraldo, Chico Buarque e Alex Nascimento.
Centralizo no quinteto, cada um dos citados de reconhecida tara pelo sexo oposto, minhas observações para lamentar um resultado tão devastador na honra e no legado que agora o Ibope tratou de desmanchar. O Brasil tá ficando sem homem com H.
Apenas 33% para as mulheres é um dado desabonador para o nosso histórico de caçadores do sexo frágil, de predadores impiedosos na selva noturna dos inferninhos. O que houve com essa moçada atual, terá sido um acidente hormonal coletivo?
Telefonei para minha colega Emma Thomas, que ficou ruborizada (nossos telefones transmitem mutuamente), e que logo se lembrou dos ex-namorados, todos machos exemplares no trato emocional e corporal com as mulheres. Emma piorou as coisas.
Pediu-me alguns minutos para procurar seus moleskines onde anota coisas desde os tempos da campanha das Diretas Já. Falou dos rabiscos do ano passado, quando deu a volta ao mundo patrocinada pela marca Nívea que completava 100 anos de fundação.
Emma, que nos anos 80 viveu maritalmente com o Indormido, velho amigo de Vicente Serejo, revelou-me algumas anotações e que agora pioram as coisas em se tratando da moral da raça dos machos do Brasil. Ela fez sua própria pesquisa por onde passou.
Com um ano de antecedência à pesquisa do Ibope, ela aferiu as principais paixões dos homens de alguns países e anotou tudo no moleskine que comprou na Libreria Clepsidra, em Santiago do Chile, a cidade que escolheu para iniciar sua jornada.
Bem diferente dos brasileiros, as duas principais preferências masculinas pelo mundo são as que seguem, conforme apurou a jornalista e cozinheira Emma Thomas. A começar pelos homens chilenos que preferem, pela ordem, mulher e poesia.
Os argentinos são ensandecidos por mulher e futebol; os colombianos por mulher e governos de direita; os mexicanos por pimenta e mulher; os portugueses por mulher e bacalhau; os espanhóis por mulher e Messi; os ingleses por mulher e rock n roll.
Os alemães preferem cerveja e mulher; os italianos vão de mulher e vinho; os franceses se satisfazem com mulheres e livros; os escoceses com uísque e mulher; os holandeses curtem mulheres e drogas; e os russos gostam de mulher dos outros e vodka deles.
Os japoneses preferem mulher loura e dinheiro; os chineses gostam de arroz e mulher; os australianos adoram gado e mulher; os indianos louvam vaca e mulher; os sul-africanos são loucos por mulher e turistas; os suíços são chegados em mulher e queijo.
Os israelenses gostam de mulher e dos EUA; os árabes são loucos por mulher e Maomé; os canadenses gostam de caça e mulheres estudantes; já os americanos gostam de armas e basquete, e são os únicos como os brasileiros, ao que parece enjoados de mulher.
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1 comentários:
Meu pai diz que esta geração é uma geração de gala fraca.
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