Já que o assunto da semana passada foi o papelão dos artistas e do Cardeal por causa do inicio das obras da Transposição do Rio São Francisco vou fazer uma analise do problema.
Caatinga, que na língua indígena significa "mata-branca" , aspecto que adquire quando a maioria das suas espécies de plantas perde as folhas na estação seca, estende-se pelos domínios do clima semi-árido (844.453 km2), cerca de 10% do território brasileiro, compreendendo grande parte dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia, chegando ao sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais.
O que mais identifica o semi-árido nordestino é a sua inconsistência climática, caracterizada não só pela escassez, mas sobretudo pela irregularidade das chuvas no tempo e no espaço, o que dificulta o planejamento e a execução das atividades agropecuárias.
O clima é quente, semi-árido, e apresenta dois períodos chuvosos distintos: o primeiro, em maior proporção, ocorre na região mais seca (sertão), de outubro a abril; e o segundo ocorre na região de clima mais ameno (agreste), de janeiro a junho, com variações. No semi-árido sergipano as chuvas são mais freqüentes de abril a agosto. De modo geral, a precipitação média anual em toda a unidade de paisagem é da ordem de 500 a 800 mm, na região Sul a media anual fica entra 1,250 a 2.000 mm. Áreas que antes eram conhecidas como Caatinga ou Semi-árido devido ao conhecido aquecimento global estão sofrendo o processo de desertificação, uma área de mais de 800 mil quilômetros no coração do Brasil podem simplesmente virar um deserto.
Evidentemente a transposição do Rio São Francisco não resolveria todo o problema de abastecimento, a obra de transposição tem de vir acompanhada de obras estruturais locais para a distribuição da água que será deslocada, ou seja, adutoras, açudes, barragens e etc., Além disso o auxilio as populações atingidas pelo beneficio é de fundamental importância, utilização ordenada da água e rede de abastecimento das populações. O projeto de transposição visa aumentar o volume de agua em rios que hoje sofre o processo de extinção, rios que já precariamente abastecem barragens e açudes.
Vocês podem pensar que eu estou a favor de se fazer a obra de qualquer maneira, evidentemente que a obra é necessária, mas a reivindicação dos Estados que são cortados pelo Rio São Francisco são pertinentes, o possível impacto negativo nas populações ribeirinhas e o assoreamento do Rio com a crescente destruição das matas ciliares preocupam, mas isso já ocorre sem a transposição, ou seja, não é desculpa para paralisar a obra.
Fechar os olhos para aproximadamente 12 milhões de pessoas que sofrem os efeitos da seca, é o mesmo que fechar os olhos para os problemas das grandes cidades, migrantes que deixam suas vidas para traz e vão até as Capitais dos Estados de todo Brasil devido ao problema da seca, pense bem e tire suas próprias conclusões.
Abaixo tem o material produzido pela RadioBraz sobre o projeto.
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