segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Ajude o Natal
(“Querido Papai Noel, este ano quero ganhar um pé de limão plantado em um vaso.” Se fosse possível entregar pelos Correios um presente tão inusitado, provavelmente esse garotinho estaria feliz no Natal com seu futuro limoeiro.
Assim como aqueles que pediram um gato vivo, um casal de periquitos (um macho e uma fêmea, fez questão de explicar), ou mesmo um hamster. Em milhares de cartas endereçadas ao Papai Noel, tem pedido para todo gosto, como deu para perceber.)
Os dois parágrafos acima estão na reportagem do diário O Estado de Minas, de Belo Horizonte, edição de sábado, mas poderia ser editado em qualquer jornal do país. Em todo lugar, crianças pobres buscam nos Correios a única esperança de ganhar brinquedos.
Uma amiga minha chorou copiosamente em casa ao abrir uma cartinha que apanhou numa agência aqui de Natal. Uma garotinha de 9 anos pediu uma “bonequinha com vestido” e uma “caixa de sorvete”. Queria experimentar a guloseima tão comum nas ruas do Brasil.
No Recife, lendo um blog local, vi a narrativa de um motorista de táxi que decidiu dar uma corridinha até uma agência dos Correios no centro velho e apanhar uma carta, a pedido da sua mulher. Um menino de 6 anos quer uma roupa para poder passear no shopping Tacaruna.
Ainda em Belo Horizonte, na reportagem dO Estado de Minas, duas irmãs de 10 e 8 anos, ambas de classe média, decidiram adotar as cartinhas de um menino e uma menina. Além do carrinho e da boneca, colocaram chocolates e revistinhas em quadrinhos.
“Fizemos do jeito que nós gostaríamos que viessem nossos presentes na noite de Natal”, disse uma delas. “O melhor presente é poder fazer isso e também me reunir com minha família. Agora meu Natal está completo”, afirmou a outra.
Apadrinhar a cartinha de uma criança pobre nos Correios é muito mais do que apenas dar um brinquedo. É manter acesa a fantasia, uma maneira quem sabe de impedir que a dura realidade imponha na mente de um inocente uma triste visão adulta diante da vida que só está começando.
Qualquer pessoa que lembre da mágica expectativa de olhar debaixo da cama ou da rede, na manhã do dia 25 de dezembro, vislumbrando o presente deixado por Papai Noel, não tem idéia do que é não poder contar sequer com tal sensação de espera.
As milhares de crianças brasileiras que colocam suas cartas nos Correios, e também nas árvores natalinas dos shoppings e lojas, depositam ali um caminhão de sonhos que pode resultar em felicidade instantânea com apenas um carrinho que nós podemos lhes dar.
Você que está lendo agora esse texto, ainda pode mudar o dezembro de alguma criança, dar-lhe um Natal que seus filhos terão direito. Vá aos Correios, aos shoppings, não custa nada. Adote uma cartinha qualquer e atenda o singelo pedido ali exposto. Seja também o Papai Noel de alguém que você não conhece.
O sorriso da criança carente diante do seu ato é o melhor presente que você pode dar a si mesmo. Ser feliz, pelo menos no Natal, é direito de todas as crianças da Terra. Nem que seja uma felicidade de brinquedo.
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