quinta-feira, 24 de maio de 2012
Vendo as imagens mostradas pela televisão tem-se a certeza que o Carlinhos Cachoeira estava completamente à vontade na reunião da CPI. Tranquilão, risonho, simpático, mais magro. A impressão que me deu é que se sentia em casa, cercado de companheiros, entre eles alguns velhos parceiros. Ao lado, bem posto, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos (governo Luladrão), seu advogado. Cachoeira se sentia seguro, protegido mesmo, apesar dos arroubos de alguns congressistas. Tanto assim que preferiu ficar calado sem responder às perguntas, seguindo ao pé da letra a orientação do advogado. Chegou a sorrir.
Foi o próprio "dotô" Márcio Thomaz Bastos, soberano, quem falou na defesa do cliente: “Ele pode não falar nunca, se ele quiser. É um direito que ele tem”. E o Cachoeira não falou. Falou, sim. Abriu a boca para dizer que ficaria calado e para algumas xícaras de café e copos dágua. Mas não respondeu às perguntas dos senadores e deputados, muitos deles, aliás, velhos conhecidos de outras lutas mais amenas. Tinha hora que quem ocupava o primeiro plano da cena era o ex-ministro Thomaz Bastos. Bem mais até do que o cliente. Mais ator do que coadjuvante.
O Correio Braziliense, em sua manchete de ontem, definiu muito bem o que aconteceu ontem no Congresso: “O cinismo da esfinge”. E que esfinge, digo eu, me lembrando agora que, num canto do salão, estava a bonita mulher do Carlinhos, Andressa Mendonça. Discreta, acompanhou à distância a performance do marido, avaliada por ela como ótima. “Ele está ótimo”, disse Andressa, rodeada de jornalistas. Há uma informação, soube mais tarde na Bella Napoli, de que a revista Playboy está de olho nela.
Voltemos ao Correio Brazilense: “Irônico, Cachoeira foge de todas as perguntas, irrita deputados e senadores, e deixa a sensação de que a CPI, a cada dia mais desacreditado, empacou de vez. Frustados, alguns parlamentares temem o enterro precoce da comissão.”
E tem o caso da Delta. O Cachoeira faz parte também deste enredo e deste elenco. Muita gente boa está metida nessa história. Altos gabaritos, todos com terraços gurmê e vista para o mar. Lia, ontem, o Elio Gaspari, no seu canto de O Globo.
- O deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) recomendou ao governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ) que “não se preocupe, você é nosso e nós somos teu (sic)”. O governador Marconi Perilo também não deve se preocupar, pois é do PSDB que também é seu. O mesmo pode valer para Agnelo Queiroz, o governador petista do Distrito Federal. E assim a CPI do Cachoeiro assa uma bela pizza.
Bom, na próxima audiência do Cachoeira, se houver, estarei mais atento à gravata do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos.
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