quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
McCain na frente de Obama
A imprensa tupiniquim, como na maioria das redações sul-americanas, tem feito uma cobertura da campanha eleitoral norte-americana com a mesma imparcialidade das televisões e rádios do Rio Grande do Norte. Isenção total.Num equilíbrio de balança de feira, os destaques para os candidatos democratas deixam no chinelo as informações sobre a campanha republicana. Enquanto investem na dicotomia Barak versus Hillary, reservam pequenos quadriláteros de matérias para John McCain.Primeiro foi aquele show de jornalismo acompanhando passo a passo os avanços e recuos nas intenções de voto dos dois representantes do Partido Democrata; depois se iniciou o clima de vitória antecipada de Barak Obama, que despachou sua colega loura.Nas manchetes de ontem e hoje pela América Latina, há uma disfarçada empolgação com uma dianteira de 16 pontos que o senador de Illinois colocou sobre a senadora de Nova York, segundo as últimas estimativas da corrida democrata.Estão olhando para a campanha do republicano McCain como quem observa um candidato de partido nanico no Brasil, cujo crescimento terá sempre um limite pré-estabelecido por um presumível racionalismo dos eleitores na reta de chegada.O senador John McCain, não se pode esquecer, será o representante oficial do Partido Republicano, um dos maiores do mundo e que já venceu eleições americanas em conjunturas muito mais favoráveis aos democratas do que as atuais.Tanto faz para o senador Obama impor 5, 16 ou 20 pontos de vantagem sobre sua correligionária e vencer a corrida interna do seu partido. A luta pra valer será na raia externa, contra uma figura mitificada pelo heroísmo bélico e valores morais que orgulham uma nação conservadora.As redações latinas deveriam analisar, com a mesma empolgação com que titulam manchetes sobre Obama, a última pesquisa de intenção de voto publicada hoje no diário The Los Angeles Times, um dos maiores dos EUA ao lado do Washington Post e do The New York Times.Está na capa do diário e destacado no noticiário do canal de TV Bloomberg, parceiro na encomenda do levantamento: “McCain supera Democratas em última pesquisa”. Se novembro fosse hoje, o senador do Arizona teria 46% contra 40% de Hillary e 44% contra 42% de Obama.Num quesito de extrema relevância na consciência coletiva do povo norte-americano, sobre a capacidade para ser presidente dos EUA, John McCain bate de goleada os dois adversários. Sua vantagem sobre Obama é de 31 pontos e de 12 sobre Hillary.Claro que o glamour gerado na cobertura midiática latina pela disputa democrata tem lá sua razão de ser, afinal confunde-se por aqui a postura de McCain com o governo republicano de George W. Bush, o que não ocorre em terras americanas.Mas a pesquisa do LA Times revela uma outra realidade. É fato que Barak Obama tem todas as chances de vencer o pleito porvir, seu nome virou uma onda civil como foram os Kennedy nos anos 1960. Mas não encontrará a facilidade que a imprensa brasileira estampa diariamente em seu noticiário torcedor.
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1 comentários:
O norte-americano pode até estar preparado para ter uma candidata à presidencia ou mesmo um candidato multirracial, mas não está preparado para tê-los como eleitos. A discussão da imprensa é somente "encheção de linguiça", pois que ao abrir as urnas veremos mais um republicano na casa branca. Quem viver, verá.
E pensando bem, eles merecem; assim como nos merecemos o que tem acontecido em nossas plagas.
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