Houve
um tempo, quando milhões de desavisados levaram a sério uma brincadeira
do então recém-eleito presidente americano Barack Obama com seu colega
brasileiro, que o Planalto curtia adoidado levar vermelhidão econômica
para exibir na civilização.
Luiz
Inácio saracoteava em tudo que é evento mundial, catapultado pelo
apelido dado por Obama e pela popularidade construída com esmolas
sociais e uma bem planejada política de pesquisas de opinião alimentando
publicitariamente as manchetes nacionais.
Como
um bobo da corte dos tempos hodiernos, o petista vivia sua porção
Cinderela nos bailes fiscais da ONU e nos banquetes dos estadistas de
países ricos. No meio da crise global, ele gozava numa economia feita
pelo mercado, mas adotada pelo governo.
Vendeu
a fantasia do pré-sal, como se a ainda inalcançável produção fosse um
filme, em que se paga antes de ver. Aliás, tudo no governo do PT tem
similaridades com cinema, ou, para não queimar o filme da sétima arte,
com mentiras e retóricas bem roteirizadas.
E
agora, eis que de repente, a presidente Dilma Rousseff (que a
companheirada chama presidenta), que havia aprendido na cartilha do
chefe a esbravejar como emergente chique, decidiu não participar da 43ª
edição do Fórum Econômica Mundial. Por que?
Ora.
O motivo, mais que evidente, é que Dilma quer evitar o vexame de ter
que expor um quadro bem diferente do que ela mesma pintou em reuniões
anteriores, quando chegou até a passar pito e dar conselho de estadista
aos chefes do Primeiro Mundo.
O
argumento oficial é uma hilária incompatibilidade de agenda, bem
orquestrado pela cúpula do PT encastelada na órbita do Planalto, que
soube pesar o clima adverso para uma presença do Brasil no fórum. O país
não vai bem e o partido está muito pior.
Dilma
não quer passar pela saia justa, diante de 2,5 mil convidados de 100
países, de ter que fazer um discurso quase oposto ao último, quando,
inclusive, tentou ensinar os europeus a sair da crise. Não convém falar
do pífio desempenho do Brasil em 2012.
Também
não é nada boa a possibilidade de enfrentar microfones e câmeras para
dar explicações sobre as aventuras nada republicanas do amigo Lula e
sobre as constantes falcatruas envolvendo gente do seu partido. Melhor
ficar aqui, calada e quieta.
Não
fosse esses dois assuntos, nenhum outro teria força e importância para
cancelar a presença de uma chefe de Estado num encontro com chefes de
outras cem nações e mais economistas e empresários renomados de todo o
mundo. Falar em agenda é piada.
A
verdade verdadeira é que diante da paralisia do governo, da corrupção
que empesta sua base aliada, liderada pelos petistas, Dilma Rousseff não
quer arriscar o vexame de responder aonde anda aquele ufanismo pregado
por Lula e bem ensaiado por ela.
Fugindo
do Fórum Econômico Mundial, como está prestes a fazer, a presidente
desnuda-se daquela fantasia de durona, de sargentona, que ela trouxe no
parco currículo político desde quando ainda moça teve que encarar os
interrogatórios dos generais.
Portanto,
ao invés de encarar o mundo político e econômico em Davos, a presidente
pode evitar contratempos curtindo uma praiazinha nordestina com o neto.
Pelo menos, a bolha familiar não tem perigo de estourar como a do
virtuosismo vendida por Lula.
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