Por mais disfarçada nos discursos de ilusão que atrai desavisados, a teoria socialista que tenta transformar o conceito milenar de família num coletivo único de uma ditadura operária (ou opereta ditatorial) não irá conseguir desmanchar o que virou mito divino.
O que é a sagrada família na literatura bíblica e na liturgia dos cultos, senão a consagração do modelo que a raça humana instituiu desde as cavernas e depois lançou como obra do eterno para todo o sempre? O cristianismo nada mais é que família.
Aquele deus no Velho Testamento que criou o mundo e tirou do barro uma célula familiar conseguiu no Novo Testamento moldar a sua própria parentada. Juntou um homem e uma mulher e enviou seu próprio filho para doutrinar as gerações afora.
O ato do dono do universo foi tão somente uma ação puramente oligárquica, como faz a raça humana até hoje nas transmissões de posse de empresas ou patrimônios (materiais ou imateriais). Ora, por que o deus cristão não enviou um anjo, mas sim seu filho?
Na narrativa lítero-religiosa está o modelo que o mundo segue até hoje. Ninguém deixa a estranhos as missões mais importantes do seu legado, a perpetuação da espécie não é somente um destino biológico, mas também emocional, social, político e ideológico.
Entramos no século XXI com os teóricos da cafonice marxista insistindo nas teses dos anos 60 do século que passou. E enquanto eles falam em fim do velho capitalismo, a economia mundial segue com mais de 90% das empresas administradas por famílias.
Só temos 5% de empresas sem controle familiar, as chamadas corporações com suas ações espalhadas nas bolsas dos cinco continentes. Todo o resto que faz o planeta avançar está nas mãos de pais, filhos, irmãos, netos, sobrinhos. Entendam o Tio Sam.
Muito antes dos comunistas iniciarem sua guerra de ódio contra a instituição família, o escritor Victor Hugo, lenda cultural da França filosófica e libertária, avisou que “toda doutrina social que visa destruir a família é má”. E ainda criticou sua inaplicabilidade.
Segundo o autor de “Os Miseráveis”, é a família a base da civilização e não o cidadão isoladamente. Diz ele que “quando se decompõe uma sociedade, o que se acha como resíduo final não é o indivíduo, mas sim a família”. A cegueira ideológica não vê isso.
Vomitar bravatas cheias do mofo histórico, como fazem protomilitantes da esquerda brasileira ainda prisioneira da batalha que perdeu a partir de 1964, é também um pouco de cinismo, posto que alguns líderes canhotos não titubearam em favorecer parentes.
Enquanto a massa ignara se ilude com a mixaria das esmolas oficiais, os familiares de alguns espertalhões catapultam a conta bancária com facilidades licitatórias, propinas estatais, consultorias suspeitas e sociedades tenebrosas com corruptos burgueses.
E sobra também para os companheiros, a nomenclatura solene que a esquerda dedica aos cúmplices, já devidamente transformados numa versão familiar da revolução em vislumbre. Só que a célula em questão tem sotaque italiano, é famiglia na mais pura tradição siciliana.
É preciso defender a família brasileira da máfia amoral que se agiganta.
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