Democracia uma ova

A mentira tem perninhas curtas tanto no indivíduo quanto na História. Assim como a vida real desmitificou o engodo comunista da pureza operária, produzindo ditaduras e corrupção endêmicas no mundo afora, também desmentiu outra fábula dos mundos da ciência e da literatura.Cientistas norte-americanos acabam de publicar na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, um estudo derrubando um mito que colocava a organização política das formigas como sendo a mais perfeita e ordeira sociedade comunista do planeta.A nova tese, comprovada por anos de pesquisa, é o "muro de Berlim" do formigueiro e mostra que a tal cooperação social dos bichinhos é uma balela, uma fantasia inventada pelos literatos. Tudo ilusão. As formigas são egoístas e corruptas, como a camaradagem socialista.Até o processo eletivo da rainha, que se imaginava uma coisa mais ou menos democrática a partir de alguns alimentos que davam às larvas a condição real, é puro estratagema politiqueiro. É só um esquema em que algumas formigas forjam o privilégio de repassar o gen real para seus filhos.Fazendo assim, evitam que os herdeiros sejam simples formigas operárias e possam curtir o resto da vida na mordomia dos buracos. As espertalhonas espalham seus espermas em formigueiros distintos, pra que não se descubra o jogo pelo poder. Ou seja, as formigas também têm seu mensalão.Numa similaridade cubana, a eleição da rainha é apenas uma safadeza oligárquica. As verdadeiras formigas obreiras, como o povo aqui em cima, são massa de manobra para uma tomada de poder via falcatrua genética. E muitas vezes urdida por um companheiro que saiu do seu meio, do seu partido ou sindicato.Cai por terra, portanto, a velha tese fantasiosa do formigueiro como uma cidade organizada, uma sociedade harmoniosa, um agrupamento de seres laboriosos, centrados na solidariedade e protegidos por um governante de índole pura e real.Como os partidos comunistas e socialistas, como os sindicatos, no mundo das formigas tudo também não passa de espertezas e mentiras.

A partir de hoje, meninos e meninas, desconsiderem também as fábulas. Fiquemos do lado da cigarra, pois quem canta, seus males operários espanta.