Na ausência de "dossiês", baixarias eleitoreiras e açudes sangrando, o Parlamento Europeu vive uma semana de debates em torno dos Jogos Olímpicos de Pequim. Na pauta, o boicote ou não ao evento organizado pela China, em protesto pela violência no Tibet.
A tocha olímpica chegou hoje em São Francisco com o fogo baixo da recepção que teve nas capitais da Europa. Até os deputados franceses aderiram às manifestações de estudantes que pregam a ausência das delegações nos jogos que se aproximam.O primeiro parlamentar a levantar a voz em favor de um boicote foi o líder do Partido Verde, Daniel Cohn-Bendit, o legendário protagonista das históricas barricadas de Paris em maio de 1968. Depois, até o presidente do Parlamento, Hans-Gert Pöttering, defendeu a tese.Bendit comparou as Olimpíadas de Pequim aos jogos de 1936, organizado pelas tropas nazistas de Adolfo Hitler. Na opinião do mais famoso líder estudantil do planeta, o continente europeu precisa mandar um recado muito claro aos ditadores chineses.
Depois da enxurrada de protestos que marcaram a passagem da tocha pela Europa, e a perspectiva de uma onda maior ainda nos EUA, com as ruas de São Franciso já demonstrando as mesmas intenções, o Comitê Olímpico Internacional pensa em suspender o passeio.Para o presidente do Parlamento Europeu, "todo político responsável deve se perguntar se ele deve participar da festa de abertura, enquanto o governo chinês não se esforçar pelo diálogo e equilibrio". O Dalai Lama vai falar no PE sobre a situação no Tibet.
Na Alemanha, o presidente do Comitê de Relações Exteriores, deputado Ruprecht Polenz, disse que seria mais inteligente ao governo da chanceler Ângela Merkel não descartar um boicote, até que se conheça a fundo a conjuntura da interferência chinesa no povo vizinho.Em Berlim, o presidente do Comitê de Esportes do Parlamento Alemão, Peter Danckert, bateu duro na Federação de Esportes Olimpicos do país por se antecipar na negativa de um boicote. Lembrou que mesmo a boa relação Alemanha-China só foi reatada em janeiro passado. Em Paris, foram muitos os deputados que foram às ruas se solidarizar com os protestos e defender um boicote à China. O presidente da França Nicolas Sarkozy já havia emitido sua opinião, pedindo prudência ao governo chinês na questão tibetana. Nos EUA, enquanto o COI discute se prossegue ou não com o passeio da tocha pelo país, o governo George W. Bush mantêm a posição de apoio aos jogos. Mas os três candidatos à sua sucessão, dois democratas e um republicano, condenam a violência chinesa no Tibet. No Vaticano, o papa Benedito 16 já se manifestou formulando um pedido a chineses e tibetanos para que resolvam as questões políticas e ideológicas através do diálogo. E condenou a violência. O governo russo defende a China e a imprensa estatal quase não cobre o imbroglio.Em Londres, o primeiro-ministro Gordon Brown informou que terá um encontro com o Dalai Lama em maio, quando o líder espiritual tibetano visitará a Inglaterra. Em conversas telefônicas com o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, o inglês pediu o fim do conflito.
O governo da Itália exigiu que a União Européia envie uma missão a Pequim para pedir explicações satisfatórias ao governo chinês, que por sua vez deixou claro em reportagem do jornal Tibet Daily que não irá suavizar o combate aos "lobos do Dalai Lama".
Para mim, o boicote às Olimpiadas de Pequim já está decidido. Não por solidariedade ao Tibet ou ao Dalai Lama. Mas por 03 motivos: um, por detestar a maior parte das disputas esportivas olímpicas que não sejam futebol; dois, para não ouvir a vinheta da Globo, brasiiiiiiiiiiiiiilllllsiiiiiiiiiiiiiiilllll, numa medalha de bronze em tiro-ao-alvo; Três, por achar que a China é o cú do mundo, e não têm capacidade técnica e moral para realizar nem torneio de cuspe à distância.
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