Todo dia um homem morde um cachorro, mas a mídia nacional continua procurando o óbvio – que nesses tempos podemos chamar de lulante, com a vênia do fantasma de Nelson Rodrigues. O fato real no chão e uma nação ouvindo estrelas.
No país da piada pronta, como brada o macaco Simão, impera também a idiotice crônica e uma cegueira endêmica, contaminação provocada por um processo de comunicação emburrecido, num cotidiano de futilidades novelistas e bigbroteanas.
Alguém já sugeriu enviar o Pedro Bial para a penitenciária, como interlocutor do pai e madrasta de Isabella. A velhota Ana Maria Braga e seu periquito acordando Alexandre e Anna Carolina na big casa de detenção. Quem sabe uma visitinha do Ronaldo e seus travestis?
Lembrei de Gonzaguinha, em Meninos do Brasil: “Todos estão felizes na televisão, estão em todos os jornais vendendo só bom humor”. A indústria das pesquisas dita as regras, as notícias positivas vestem as cores da publicidade, cantam seus jingles.
De negativo apenas os casos policiais. Ganhamos o “Investiment Grade” e vamos sediar a Copa nas cidades do PT. Parece que já não temos o Sol nas bancas de revistas, como cantava Caetano. Quem lê tantas notícias deveria saber sobre homens e cachorros, aquela analogia dita aos alunos de jornalismo.
Um tal de Aparecido é o vilão do “dossiê”, como fora um tal de Waldomiro o pivô do mensalão, ou o simplório tesoureiro mentor do cleptopetismo. Não importa quem fez ou divulgou o “dossiê”, mas sim o que há escrito e revelado lá.
Às favas com as normas da administração pública e as informações de caráter sigiloso. O povo tem que saber quanto torrou o senhor Fernando Henrique na mordomia do Planalto, assim como precisa saber dos gastos de Luiz Inácio no mesmo lugar.
O serviço público e suas funções eletivas são empregos da grande corporação que pertence aos cidadãos. Quem ali assume um cargo passa a ser empregado do povo, um ser de vida pública, por mais intimidade que se queiram dar ao que se faz na privada.
Se FHC vomitou caviar, se Lula defecou arroz chinês, nós temos o direito de saber. Se dona Ruth trocou de batom, eu quero saber o preço; se dona Marisa comprou tintura para os cabelos, eu quero ver a nota de compra.
Chega de hipocrisia na investigação policial e na cobertura jornalística do caso “dossiê”. O dirceuzista Aparecido Nunes e a dilmista Soledad Castrillo prestaram um serviço ao povo. O aspone do tucano Álvaro Dias também. Falta agora o “dossiê” do Lula.
Para coisas públicas, conhecimento público. No Paraná, o governador Requião foi censurado por revelar salários de promotores e juizes numa entrevista. Se o povo sabe o salário do governador, dos parlamentares, por que mistério nos outros poderes?
No Ceará, atiraram numa sogra de um metro e setenta e não viram um jato enorme no meio da roubalheira do governador Cid Gomes. O problema do irmão do Ciro não foi a sogra, mas a aeronave (por mais que a sogra, dizem, seja um avião).
O que não pode é alugar avião com o dinheiro do povo. Mas a mídia não viu isso, abobalhada com o apelo de audiência de uma sogra gostosona serelepando na Europa. Ora, se pode alugar um avião, então pode levar a coroa. Lugar num jato nunca falta, ainda mais para uma sogra.
Já passou da hora de a mídia tupiniquim perceber o cachorro mordido. De olhar para o céu e distinguir avião de passageiro. De ouvir as ruas e diferenciar o que é vida real e o que é impressões de marketing e de pesquisas. Há cidadãos com alegria e preguiça, mas cansados de lengalenga.
E eu acho que chegou a hora do vazamento de outra planilha Excel, agora com os custos de Luiz Inácio e sua prole. O povo tem que saber de cada centavo torrado na casa do presidente. Cada cueca nova, cada calcinha, cada palito de dente desperdiçado... Transparência Brasil!
No país da piada pronta, como brada o macaco Simão, impera também a idiotice crônica e uma cegueira endêmica, contaminação provocada por um processo de comunicação emburrecido, num cotidiano de futilidades novelistas e bigbroteanas.
Alguém já sugeriu enviar o Pedro Bial para a penitenciária, como interlocutor do pai e madrasta de Isabella. A velhota Ana Maria Braga e seu periquito acordando Alexandre e Anna Carolina na big casa de detenção. Quem sabe uma visitinha do Ronaldo e seus travestis?
Lembrei de Gonzaguinha, em Meninos do Brasil: “Todos estão felizes na televisão, estão em todos os jornais vendendo só bom humor”. A indústria das pesquisas dita as regras, as notícias positivas vestem as cores da publicidade, cantam seus jingles.
De negativo apenas os casos policiais. Ganhamos o “Investiment Grade” e vamos sediar a Copa nas cidades do PT. Parece que já não temos o Sol nas bancas de revistas, como cantava Caetano. Quem lê tantas notícias deveria saber sobre homens e cachorros, aquela analogia dita aos alunos de jornalismo.
Um tal de Aparecido é o vilão do “dossiê”, como fora um tal de Waldomiro o pivô do mensalão, ou o simplório tesoureiro mentor do cleptopetismo. Não importa quem fez ou divulgou o “dossiê”, mas sim o que há escrito e revelado lá.
Às favas com as normas da administração pública e as informações de caráter sigiloso. O povo tem que saber quanto torrou o senhor Fernando Henrique na mordomia do Planalto, assim como precisa saber dos gastos de Luiz Inácio no mesmo lugar.
O serviço público e suas funções eletivas são empregos da grande corporação que pertence aos cidadãos. Quem ali assume um cargo passa a ser empregado do povo, um ser de vida pública, por mais intimidade que se queiram dar ao que se faz na privada.
Se FHC vomitou caviar, se Lula defecou arroz chinês, nós temos o direito de saber. Se dona Ruth trocou de batom, eu quero saber o preço; se dona Marisa comprou tintura para os cabelos, eu quero ver a nota de compra.
Chega de hipocrisia na investigação policial e na cobertura jornalística do caso “dossiê”. O dirceuzista Aparecido Nunes e a dilmista Soledad Castrillo prestaram um serviço ao povo. O aspone do tucano Álvaro Dias também. Falta agora o “dossiê” do Lula.
Para coisas públicas, conhecimento público. No Paraná, o governador Requião foi censurado por revelar salários de promotores e juizes numa entrevista. Se o povo sabe o salário do governador, dos parlamentares, por que mistério nos outros poderes?
No Ceará, atiraram numa sogra de um metro e setenta e não viram um jato enorme no meio da roubalheira do governador Cid Gomes. O problema do irmão do Ciro não foi a sogra, mas a aeronave (por mais que a sogra, dizem, seja um avião).
O que não pode é alugar avião com o dinheiro do povo. Mas a mídia não viu isso, abobalhada com o apelo de audiência de uma sogra gostosona serelepando na Europa. Ora, se pode alugar um avião, então pode levar a coroa. Lugar num jato nunca falta, ainda mais para uma sogra.
Já passou da hora de a mídia tupiniquim perceber o cachorro mordido. De olhar para o céu e distinguir avião de passageiro. De ouvir as ruas e diferenciar o que é vida real e o que é impressões de marketing e de pesquisas. Há cidadãos com alegria e preguiça, mas cansados de lengalenga.
E eu acho que chegou a hora do vazamento de outra planilha Excel, agora com os custos de Luiz Inácio e sua prole. O povo tem que saber de cada centavo torrado na casa do presidente. Cada cueca nova, cada calcinha, cada palito de dente desperdiçado... Transparência Brasil!
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