Podemos estar assistindo os últimos dias da instituição do vestibular como exigência para o ingresso na universidade. Se depender do ministro da Educação, Fernando Haddad, a história muda este ano. Em seu lugar vai surgir o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
O assunto, que é da maior importância, vem ocupando as manchetes dos jornais e provocando o debate em todas as áreas do ensino. O jornal O Globo, de domingo, publicou uma entrevista com o ministro Haddad, onde fez afirmações contundentes. Uma delas, que serviu de manchete para a matéria, é de que os cursinhos pré-vestibulares são uma anomalia do ensino brasileiro.
Já na véspera, a edição online de O Globo publicou artigo assinado por Amandio Luis de Almeida Teixeira, professor universitário, como está no que ele chama de “minha ficha criminal”, onde acrescenta outros títulos: “engenheiro, pós-graduado, mestrado, doutorado, pós-doutorado”. O título do artigo do Amandio é uma vitrine agarrando o leitor: “Faculdade do Brasil virou shopping center”. Destaco alguns trechos:- Quando paro a pensar sobre a educação superior deste país, vejo-a como um doente terminal, abandonado sobre uma maca em um corredor de hospital. Foram-se os tempos em que possuir uma pós-graduação, um mestrado, ser um doutor ou um professor catedrático era visto com respeito e como sinônimo de competência, experiência e capacidade de um trabalhador de qualidade, um cientista.- Já não bastasse a proliferação descontrolada de universidades de “fundo de quintal”, onde o que vale é poder pagar para seu diploma conseguir.
Hoje, uma universidade assemelha-se muito mais um shopping center do que uma instituição de ensino de qualidade, frequentadas por professores e alunos preparados. Ao invés de salas de aulas bem montadas, laboratórios, bibliotecas, o que se vê? Lojas, bancos, restaurantes e lazer, parte fundamental dessa estrutura deformada.- Parece que em cada esquina há uma universidade.
Que o tal ensino à distância eliminou de vez a distância entre a mediocridade e a aptidão natural de cada um indivíduo para conquistar uma profissão de nível superior. Para que tanto diploma? Para que tantos licenciados, bacharéis e pós-graduados?- Pobres tempos esses em que o saber já não importa. Em que a ciência e achincalhada, as cabeças pensantes decepadas. Poucos, muito poucos, sobreviveram a esse tsunami de diplomas fajutos, muitos comprados, outros tantos falsificados, milhares obtidos pela compra criminosa de monografias, dissertações, teses.
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