Como dizia Winston Churchill, “a mentira roda meio mundo antes de a verdade ter tempo sequer de colocar as calças”; uma assertiva mais do que significativa para o real momento da América Latina, hoje a outra face do reflexo do espelho do passado.
Artistas, intelectuais e jovens experimentam agora, inclusive no Brasil, um mesmo jogo político e ideológico que marcou os anos 60/70. Estão cegos pela ilusão de poder que não lhes pertence, são a massa de manobra dos que só pensam o poder pelo poder.
De todas as facetas da mentira, a política é sua cara mais enganosa, tão enganosa que leva as pessoas mais sensíveis, exatamente como os jovens, os artistas e os intelectuais, a acreditarem que sem vivê-la e alimentá-la estão fadados à ignorância, à alienação.
Alienados, em verdade, são aqueles que imaginam a política – e tão somente ela – o elemento vital para o desenvolvimento social, cultural e econômico de uma nação. Isso é tão falso como a existência de conselhos de ética nos partidos políticos.
No Brasil, é fato, tudo aquilo que é bom para os partidos, é sempre ruim, muito ruim, para a sociedade, para o mercado e para a cultura. Nada é mais triste e grotesco do que uma preferência partidária separar pessoas, estabelecer rivalidades entre jovens.
Os políticos, quer sejam de esquerda ou de direita, travam suas lutas pelo poder no tablado da farsa, na inutilidade do sufrágio das urnas. Depois retomam suas negociações em encontros furtivos ou em plenários, movidos aos melhores vinhos e pratos.
Os garotos e garotas que foram às ruas no início dos anos 90, e que hoje maduros revêem as imagens dos gritos de “Fora Collor”, nunca imaginaram que o playboy alagoano estivesse hoje abraçado e gritando “Dilma” junto com Luiz Inácio.
Os “companheiros” petistas do RN, que anos atrás batizaram Wilma de Faria de “primeira dama do AI-5”, há mais de uma década são liderados político-eleitorais da guerreira, tratam-na quase como uma versão papa-jerimum de Rosa Luxemburgo.
Os mesmos petistas que há poucos anos exibiam nos debates em escolas e centros comunitários a voz de Iberê Ferreira protagonizando o escândalo do “Rabo de Palha”, agora pedem votos ao povo para torná-lo e ungi-lo “o governador de Lula”.
A eleição no Brasil virou um simulacro de democracia. Não há agremiações ou candidatos dignos para mudar a prática indecorosa que enlameou a atividade política. A roda do tempo virou e as ilusões continuam perdidas como foram nos anos 60.
Não é possível que não reste, pelo menos, uma nesga de indignação, de senso crítico nos jovens, nos intelectuais e nos artistas e estes cuidem de alertar a sociedade para o poço de alienação em que a nação está afundando. Arte é princípio, política é o fim.
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2 comentários:
Boa tarde!
Vim visitar.
Gostei.
Obrigado e continue visitando.
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