sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Deixa de frescura Neymar!!!
se tornou comum a irritação do jogador Neymar em partidas contra times ditos medianos e grandes; o jovem craque do Santos ainda não adquiriu maturidade para entender que o glamour da tietagem por ele não entra no gramado com os adversários.
Ontem, quando o Santos penou para superar o poderoso Ituano, o garoto reclamou de novo das entradas dos zagueiros e trocou gentilezas com o banco do rival. Depois acusou que alguém o chamou de “macaco”, fato não confirmado pelo quarto árbitro.
Causa-me espanto como a referência ao animal, nosso primo mais próximo da cadeia símia, seja tratada como um crime hediondo e muitas vezes surjam casos em que uma acusação falsa descambe para um inquérito cheio de histeria só por causa do animal.
Trocam-se todos os tipos de agressões verbais numa contenda, mas nada é recebido como tão grave quanto a citação da palavra macaco, a mesma que os cangaceiros usavam para referir-se aos soldados das volantes que os caçavam nas caatingas.
Independente do carregamento de preconceito racial contra os negros, que já deveria ter sido abolido da civilização desde o século XIX, desconfio que há um tipo de rejeição etológica, sei lá, dos seres humanos para com os lépidos animais que nos geraram.
Puxei da memória e não lembrei de um caso sequer com alguém processando outro por ter sido chamado de cachorro, nem mesmo as mulheres, algumas com o acréscimo do termo perua que é um equivalente à cachorra na gíria especializada em bicharada.
Todo dia tem gente sendo chamada de burra, inclusive toda raça brasileira nos discursos de enganação dos governos. Jamais se levou isso às barras dos tribunais. Chame um desafeto de jumento e a reação dele será talvez replicar lhe chamando de cavalo.
Quantas sogras já foram chamadas de cobra, inclusive com a devida classificação de espécie, tipo jararaca ou cascavel? O leitor sabe de algum episódio em que uma mulher foi adjetivada pelos substantivos vaca e galinha e tenha reagido com um advogado?
Garotas inquietas e com horas rodadas de vida noturna são chamadas de sirigaita, aquelas outras de programas de aluguel são conhecidas como mariposas, mulheres de temperamento indócil são consideradas hienas. E há as jovens reboculosas, as éguas.
Todo mundo tem um amigo urso, mas nem por isso é processado por chamá-lo assim. Nenhum homem na terceira idade chamará a polícia se uma mulher tratá-lo por bode velho, leão desdentado. Aliás, estamos cercados de cães de guarda e leões de chácara.
Usamos também os animais para elogiar. O empresário de visão empreendedora é uma águia, a moça em roupas mínimas fica uma pantera, a dondoca quarentona sente-se uma leoa, e o jogador que rompe defesas para a alegria do gol é um touro indomável.
Qualquer que seja o animal utilizado como referência para um humano, do idiota com cérebro de ameba à megera com corpo de baleia, apenas o macaco é sujeito a uma guerra jurídica quase sem fim. Dizem que o veado também caminha para tal contexto.
Não é o caso de Neymar, óbvio, apesar de tanta frescura.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 comentários:
No outro dia, veio ao meu petshop Neymar, ele precisava comprar um cercado para cães para sua casa.
Postar um comentário