O instituto mexicano Consulta Mitofsky, que pelo nome deve ser propriedade de um estatístico chamado Pablo de Tarso, colocou Luiz Inácio na sexta posição em popularidade na América Latina. Só faltou perder para Hugo Chávez.
Para um chefão cujos seguidores o cultuam como um novo Fidel ou a reencarnação gorda do Che, ficar atrás de cinco colegas é uma posição chinfrim para quem sonha liderar um continente no grande banquete de mendigos que é o Mercosul.
Aliado de todas as horas dos EUA, o colombiano Álvaro Uribe lidera a preferência com seu povo lhe dando 84% de aprovação. A firmeza com que combate os narco-guerrilheiros das Farc e a forma como refutou Equador e Venezuela lhes dão autoridade. O vizinho de Uribe, Rafael Correia, do Equador, aparece em segundo, seguido do mexicano Felipe Calderón, ambos com 62% e 61% respectivamente. Em quarto vem o presidente salvadorenho Elias Antonio, que tem 59% de popularidade. Na quinta posição aparece o índio cocaleiro Evo Morales, da Bolívia, com 56% de aprovação, um pontinho apenas na frente do Luiz Inácio, que tem 55% de boa avaliação sustentada numa pilha de cartões do Bolsa-Família e alguns corporativos.
Ficar em sexto lugar não é feio, diria um magistrado candidato em lista sêxtupla à uma vaga na alta Corte, ou mesmo uma filhinha de papai no vestibular de publicidade da UnP. De resto, a posição é tão desconfortável em política internacional como no futebol. Mal comparando - de propósito, é claro, pois toda sacanagem é pouca quando referente ao cleptopetismo - o nosso Luiz Inácio está para a América assim como o Bangu está para o ranking das torcidas no Rio de Janeiro, quiçá o Madureira. O time oriundo da saudosa fábrica de tecidos que inspirou Noel Rosa seria a sexta preferência carioca, atrás de Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo e América. Trocando a analogia por São Paulo, Lula tem a popularidade da Lusa. A velha Portuguesa de Desportos, segundo dados Lance/Ibope publicados em abril de 2000, vem atrás de Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos e São Caetano. Em São Paulo, Lula é torcedor do Corinthians, mas disse ontem que vai torcer pelo Palmeiras contra a Ponte Preta.
Só para consagrar a tese de que o povinho bunda prefere aderir às elites do que se juntar com seus semelhantes. E também para mostrar que a tal fidelidade corintiana não resiste aos interesses familiares do amigo dos aloprados. É que o senhor Luiz Inácio tem um filho ganhando um dinheirinho no Palmeiras, como um dos assessores do malandro Wanderley Luxemburgo, uma espécie de Zé Dirceu dos técnicos de futebol. E em nome do filho, o Lusa da América vai torcer pelo arqui-rival. Se bem que os maiores aliados do PT atualmente são Orestes Quércia, Jader Barbalho, José Sarney, Severino Cavalcanti, Delfim Netto, Gedel Vieira e quem sabe até o Paulo Maluf, tudo gente de altíssimo índice de popularidade no ranking da malversação pública.
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